março 14, 2010 por em Cliques
Conheça o FormSpring novo serviço de perguntas e respostas na rede
O site americano FormSpring é a nova mania na rede. E como sempre os brasileiros aderem com rapidez à novidade.
Nova forma de perguntar
Serviço de perguntas e respostas FormSpring vira mania na rede e repete o sucesso do Orkut entre os internautas brasileiros.
Uma rede social baseada em perguntas e respostas virou mania na Internet, principalmente entre os adolescentes. É o FormSpring, um site americano lançado em novembro que chegou a 3,9 milhões de usuários únicos no Brasil em janeiro — o equivalente a 10,5% do todos os internautas no País naquele mês — segundo números do Ibope Nielsen Online. A quantidade de usuários do Formspring no Brasil triplicou entre dezembro e janeiro, desempenho só alcançado no Brasil pelo Orkut, que em 2004 também precisou de apenas 3 meses para alcançar audiência semelhante.
“Está uma febre, mais do que o Orkut. Eu nem entro mais no Orkut, mas todo dia vejo se tem alguma pergunta nova no FormSpring”, conta May Linn Lao, 16 anos, estudante do 2 ano do Ensino Médio no Rio de Janeiro, que se cadastrou no site em dezembro, seguindo a dica de uma amiga da escola.
Como toda ideia que faz sucesso rápido na Internet, o FormSpring é simples. O internauta preenche um cadastro e cria uma página pessoal onde receberá perguntas de outros internautas. “É como o caderno de perguntas de antigamente”, explica May Linn. Para fazer perguntas não é preciso ser cadastrado, nem se identificar, já que o internauta pode mandar manter anonimato, o que torna a brincadeira mais interessante. “Às vezes fico muito curiosa para saber quem perguntou,mas não tem como”. O usuário do serviço sabe que pessoas ele segue, mas não sabem quem o segue, o que permite o anonimato. O internauta não é obrigado a responder se não quiser. Ele pode apagar perguntas e bloquear pessoas.
A interação com outras redes ainda deixa a desejar. Pode-se entrar no FormSpring e criar uma página com as credenciais (log e senha) do Facebook. No Facebook há um aplicativo para que as respostar do FormSpring apareçam no Facebook. Nos testes, as pesquisas no FormSpring, inclusive a busca por contatos no Facebook e no Twitter não funcionaram. Mas isso não atrapalha a formação das redes de contatos. Mariah de Luna, 12 anos, estudante do 8º ano do ensino fundamental, em São João de Meriti, conta que conheceu serviço pelo MSN de uma amiga, que usou o endereço de sua página no FormSpring como assinatura. Para mostrar aos amigos sua página, ela publica o endereço no MSN e no Orkut.
Se engana quem pensa que a mania é só para adolescentes. O administrador Anderson Zacarias, 31 anos, de São Paulo, conheceu a namorada pelo FormSpring. “Ela mandou a pergunta: casado, solteiro ou enrolado? Depois me adicionou no Orkut, puxou papo no MSN. Nos encontramos pessoalmente e depois começamos a namorar”, conta.
Diversão com segurança
Por mais inocente e divertida que pareça a brincadeira, o FormSpring requer alguns cuidados. Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da ONG SaferNet, lembra que é preciso ter em mente que a Internet é um espaço público, logo, não é lugar para expor informações pessoais que podem ser acessadas por pessoas mal-intencionadas.
Ele conta que poucos minutos de pesquisa encontrou adolescentes revelando onde moram, estudam, e até o número de telefone. Quem acredita que só os amigos vêm suas respostas está enganado. Dá para reunir informações sobre uma pessoa a partir de respostas dadas aos amigos. “Um pedófilo, um aliciador ou estelionatário pode juntar as peças”, alerta. A estudante May Linn tem um comportamento exemplar. “Nunca respondo perguntas muito pessoais, evito dar detalhes”, diz. Além disso, ela conversa com os pais sobre sua vida online. “Os pais têm que deixar os filhos, acessarem, mas com acompanhamento e orientação. E não deixar que as atividades na Internet atrapalhem os estudos”, diz a professora Liniana Liao, mãe de May Linn. O diretor da SaferNet concorda que não há como proibir os filhos de acessar o que quiserem. “É melhor que o adolescente acesse em casa e com orientação dos pais”, explica.